O saltério

A dor a infernizar a feral chaga

Esfacela-se calado em um momento

No amor só pesares e sofrimento

Cicutas que a pantera serve, a maga.

Um furacão se liquefaz na amarga

Bebes no sangue do teu tormento

No coração trevas do fingimento

Na escura face que a amada esmaga.

Loucura de Clitemnestras espectrais

Confusas na peçonha dos imortais

Falta ainda matar este vil mistério.

Na furtiva lágrima dos ancestrais

Fenecer aziago no cemitério

No deserto da alma e seu vil saltério.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 15/11/2021
Reeditado em 16/11/2021
Código do texto: T7386401
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