CÚMPLICE PERFEITA

A tinta rúbea engole a imensidade,

de adornos siderais converte a alvura

e vagarosamente se enclausura

debaixo da inclemente escuridade.

Rutilam sobre a extensa vestidura

argênteos risos, farta claridade

e, cúmplice perfeita, a noite invade

olhares tontos, ricos em ternura.

Ao lume dos afetos se aliança

aquele castiçal que presencia

as confissões despidas de pudor.

Sem regras ou sinais de temperança,

fazemos do luar a companhia

de nossos desatinos, meu amor!