Vida e Morte

Pela luz da manhã, de saia clara,

Sai Clara rindo, entre grama e cipreste

E logo o coro de pardais lhe veste,

Com carinho a bonança lhe prepara.

Muito feliz dali que saia Clara!

Na luminosidade... azul celeste!...

Sente-se como a dama dum agreste

Cujo amor à natureza se declara...

Mas outra dama de vestido escuro,

Devagar se aproxima e diz a ela:

- Chegou tua hora, não te há mais futuro!

Então envolve com seu manto a bela;

Deita-a sem cuidado no solo duro,

Ergue a cruz, lhe põe flor e acende a vela.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 05/12/2021
Código do texto: T7400419
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