Soneto sem sentido

Não sei qual a razão deste soneto,

Sem tento, sem ternura e sem brio.

Sem senso, proteção e amuleto,

Sem fulgor, sem vestes e com frio.

Um dia, eu me garanto e me prometo,

Que vou me esquivar do desvairio.

E vou fazer um verso em branco e preto,

Porque, belas palavras, contrario.

Eu fiz este soneto sem sentido,

Pensando em construir literatura.

Me via ressupino, esbaforido,

Distante do saber e da cultura.

E fiz este soneto sem libido,

Avesso das palavras de candura.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 01/01/2022
Código do texto: T7419982
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