CEGUEIRA

Aquele que é cego de nascença,

Não tem a medida do seu castigo.

Em vão tento explicar, mas não consigo,

O quanto foi dura a sua sentença.

Dia ou noite, não faz diferença,

Na sua vida em constante perigo.

Só conta com o tato e com o ouvido,

Para encarar escuridão tão densa.

Sobre formas e cores, nada sabe.

Goza da vida o pouco que lhe cabe,

De todo resto nem sabe que existe.

Se chegasse um dia a imaginar

A visão azul do céu e do mar,

Certamente seria menos triste.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 05/01/2022
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