Crime de Amor?

Num tilintar de taças sobre a mesa,

Ergue-se aos noivos um grande brindar;

O noivo ri forçado, uma tristeza

No rosto, como rosas vem pousar.

Matém as aparências com firmeza

Mas sonha com o amor, amar, casar...

Mas tem um fardo: a família é que pesa:

Há bem pouco dinheiro sobre o altar.

E tudo o que ele sonha é com Maria,

A sós numa cabana humilde e fria

Que ele aqueceria como um colosso...

Nisto, uma lágrima na sua taça

Cai, e ela, a taça toda se espedaça,

Perfurando-lhe a artéria do pescoço.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 06/01/2022
Reeditado em 06/01/2022
Código do texto: T7423166
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