PACIENTE
Disse-me um dia, seja paciente,
E sorrindo fugiu do meu abraço,
Depois lhe vi a aliança e ao cachaço
A coleira de ouro reluzente.
Chorei lágrimas puras do inocente,
Também, lhe vendo o estado de embaraço,
De ser autor do bucho estive a um passo,
Só que outro abriu o lacre à minha frente.
Mas como o tempo passa e não perdoa,
Abandonada e quase outra pessoa,
Veio em prantos pedir-me por clemência.
Disse-me à lata, queira e sou tua,
E a seco respondi-lhe em plena rua,
Querer-te agora, tenha paciência!