Soturna vaga a lua nas alturas...

Soturna vaga a lua nas alturas,

Na solidão dos ventos, silenciosa,

Qual freira que s'encontra na clausura,

Com o seu olhar de monja tristurosa.

Rezavas eu baixinho na tristura,

Ó dama que me vês tão langorosa,

Minh'alma é uma erma sepultura,

Coberta pelas pétalas de rosa.

Onde andas a saudade sem teu véu,

Cantando seguireis os vossos passos

Eu que busco lembranças pelo céu.

Nas tardes serenas e enevoadas,

Ainda vejo imagens pelo espaço

Vagando no poente amortalhadas.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 29/01/2022
Código do texto: T7440371
Classificação de conteúdo: seguro