EM CENA

Desde o primeiro instante, posta em cena,

Temia que a paixão desenfreada

Pelo parceiro fosse revelada

E abalasse o mundo do cinema.

A arte não requer alma pequena,

O diretor com quem ela é casada,

Reclama e pede que em nova passada

A entrega ao amante seja plena.

Às sombras, no macio e felpudo

Tapete, inquieta e nervosa,

Sente o amor e a arte juntas indo ao cume.

Nos braços do amante, esquece tudo,

E em cena ela se entrega majestosa,

Matando o marido de ciúme.