RELÓGIO  DA  ARTE

 

Desperto-me ao lado dos semi-deuses,

Que ainda deitados, morrem lentamente:

Falta-lhes a nutrição, tecos da arte

Que pesam como essência incandescente.

 

Mas o tempo, que é mandatário, à parte

De todo movimento astral presente,

Permanentemente, sem ter disfarces

Disponíveis de solução patente,

 

Perderá de alguma forma a freqüência,

Gerando um relógio estranho e estonteante,

Desafio à totalidade da ciência.

 

O cérebro, sem saber o que foi ontem,

Pretende a adaptação e a sobrevivência:

Joga o relógio... Há por aí outras pontes...




Soneto para meu amigo  Fernando Fernandes.

José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 20/11/2007
Código do texto: T744180
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