MINHA VIDA
A minha a vida anda uma doideira
E, a sério, já nem sei por onde anda,
Minha vontade não mais lhe comanda,
Se vai somente aonde eu não queira.
Está igualzinha à casa de eira e beira,
Onde ao rabal é o sol que por lá manda,
Mas à frente, toda aquela banda
Racha ao peso das águas na biqueira.
Tá mole, não, se tento dar cabresto,
Diz logo que pra nada, nada eu presto,
E faz gato e sapato, tal mulher
Que de mim com a vida misturada
Em um saco de gato, descarada,
Dá bola e à geral diz que não me quer.