O Jardin do teu Éden
Levem as gaiolas e as capturas,
Remova a terra e prepare um berço
Se teus bons atos não valem um terço
Da mais singela das criaturas.
Remova o solo, faça misturas
Com folhas mortas, com água e esterco
E queime insidias, destrua o cerco
Dos seres fingidos e almas impuras.
Onde estiveres, aonde tu fores
Tens no oráculo das minhas letras:
"Se queres contigo o belo e as cores
Toca na terra a tua mão destra
E viva sorrindo e morrendo de amores
Cingido de pássaros e borboletas".