7580-ÁLCOOL - USO E ABUSO - Soneto clássico sáfico-heroico nº 7580 Noneto-cantante-toante clássico nº 313
7580-ÁLCOOL - USO E ABUSO
Soneto clássico sáfico-heroico nº 7580
Noneto-cantante-toante clássico nº 313
Rimas ricas, sons fortes na 4ª, 6ª, 8ª, 10ª sílabas.
Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil.
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Embriagados mostram fundo da alma! (Subst.) A
O saca-rolha tem poder, verdade; Subst.) B
cada fraqueza põe lição e espalma (Verbo) A
a apologia ao crime, dor invade: (Verbo) B
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Um ébrio fala tudo, perde a calma... (Subst.) A
Ideologia vai impedir? Quem há-de? (Expressão verbal lusa) B
Somente a Lei Penal constrange e acalma. (Verbo) A
Justiça pede ação, respeita a idade. (Subst.) B
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O descuidado bebe, sem medida; (Subst.) C
para a defesa implora engenho e arte; (Subst.) D
excesso de água torna a flor caída! (Adjetivo) C
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Sem ter bebido álcool, é um bonzão: (Adj.) E
-Arrependido, sem apoio, parte. (Verbo) D
Todo culpado jura ter razão. (Subst.) E
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---"Álcool, em excesso, espanta a PAZ" e o diálogo."---
Belo Horizonte, Minas Gerais, fevereiro, 2022.
https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/7457663
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CRÔNICA:
ÁLCOOL → Uso v. Abuso
Em 07Fev22, no Flow Podcast (Estúdio Flow), o Youtuber Bruno Aiub, popularmente conhecido por Monark, durante um diálogo com os deputados federais Kim Kataguiri e Tabata Amaral, fez a apologia do Nazismo, com uma clareza impressionante, inclusive preconizando a legalização de um Partido Nazista no Brasil. Conduta estarrecedora e inaceitável pelo povo brasileiro!
A postura do Youtuber, à guisa de liberdade de expressão, acarretou, além de repúdio nacional e internacional, seu desligamento imediato da entidade de comunicação. Por outro lado, diversos patrocinadores romperam os contratos de apoio ao Flow Podcast.
A Ideologia Nazista – fundada no mal, ódio e intolerância – que causou uma tempestade destruidora no século passado, culminando com uma guerra cruel, é considerada como fato delinquencial no Brasil e em todo o mundo civilizado. No entanto, uma insignificante minoria, de baixíssimo nível consciencial e séria deficiência mental, costuma levantar loas e propugnar o retorno dessa idiossincrasia moral, já sepultada na história. Em decorrência, a Procuradoria Geral de Justiça, acionada por diversas instituições e cumprindo seu dever constitucional, iniciou investigação criminal, visto que ficara evidenciada, publicamente, a apologia de crime tenebroso.
O insensato Youtuber, assim que viu a repercussão negativa de sua conduta e as consequências que lhe poderiam advir, vem tentando se desculpar (num aparente arrependimento), alegando que se encontrava sob efeito de excesso de bebida alcóolica (embriaguez). Trata-se de saída tola, pois a embriaguez, à luz da lei penal, não constitui excludente de criminalidade e nem mesmo atenuante.
A tola desculpa do infrator fez-me recordar de um dito popular que, em criança, vi minha genitora enunciar: “A cachaça é a saca-rolha da verdade.” Àquela época, a embriaguez alcóolica, nos rincões do interior, era ocasionada principalmente pela cachaça (a cerveja, rara, e o whisky, inexistente). A expressão cunhada pela sabedoria popular abria a comporta interior do indivíduo e constituía uma assertiva inexorável: o ébrio se torna um falador; costuma exteriorizar opiniões, preferências, fraquezas morais e segredos que traz escondido no fundo da alma.
Ao longo de minha extensa vida profissional, a ensinança popular serviu-me de guia: uso controlado e moderado de bebida alcóolica nos eventos sociais, além de ouvido atento, mormente em razão da profissão. Com isto, ouvi muitas verdades e segredos que se achavam na escuridão. Lembro-me dos jantares empresariais, mormente em Brasília, quando o whisky correndo solto nos permitia assenhorear de mazelas, traições e até mesmo conluios criminosos na seara da corrupção.
Na linha da sabedoria popular, o álcool em excesso fez com que o Youtuber Monark, entusiasmado numa sessão de elevada audiência, extravasasse o que estava acolhido em seu interior, ou seja, a admiração pela ideologia Nazista. Passado o momento, e à luz das consequências, ele demonstra arrependimento tardio, que ninguém acredita.
Manifestações de dois ministros do STF refletem o pensamento geral – (1) Gilmar Mendes: “Qualquer apologia a nazismo é criminosa, execrável e obscena”; (2) Alexandre Moraes: “O direito fundamental à liberdade de expressão não autoriza a abominável e criminosa apologia ao nazismo”.
O episódio, a par de evidenciar o repúdio ao nazismo, deixa uma lição aos descuidados no uso do álcool: cuidado com o abuso; sua língua pode ficar solta e desvendar segredos ocultos!
Klinger Sobreira de Almeida – Militar Veterano/PMMG
Membro Efetivo-Fundador da Academias de Letras João Guimarães Rosa