Soneto ao Sonho

Já faz um tempo, eu sinto uma alegria

ao respirar, no espaço costumeiro,

iminente o sono e a noite já tardia,

o pano atemporal do travesseiro.

Por menos tempo de que se disponha,

por mais que me consuma o dia a dia,

é imprescindível, após uma água fria,

deitar beijando a minha amiga fronha.

Mas se eu ganhasse por sonho sonhado,

nasceria um monarca prepotente;

acordaria nu e destronado.

Dormindo, eu me prescrevo um parecer,

como quem se percebe, de repente:

Depois que acordares, que pensas ser?

Marcio Galvão
Enviado por Marcio Galvão em 27/02/2022
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