Mais um trago
Mais um trago! Celebro a boemia!
A vida me parece um ato falho,
Que fez do botequim o meu trabalho,
E o peso das paixões do dia a dia.
Enquanto recupero a poesia,
Meu coração, contrito, ensaia um pranto.
E quem olha pra mim enxerga um santo,
No flash de ilusão que a mente cria.
O trânsito dos versos num poema
É como uma fita de cinema,
Que roda, e roda, e roda, ano a ano...
Enquanto a traça rói tudo o que sobra,
E os versos evenenam, como a cobra
Que pica o próprio rabo por egano.