Fina chuva

Calma lágrima nua presenteada pelo céu

molhando as ruas sem encharcar o dia

enevoado e pálido, rega a doce poesia

despenca em prantos no franzino véu

Melancolia em tinta fria colore o pincel

em horizonte nublado, a flor que sorria

acinzenta a tela de ingênua ousadia

do sol escondido no canto do papel

Brumas se arrastam pelo fim da tarde

em difusa névoa dançam pensamentos

inundados pela imaginação que arde

Água no solo fertilizou o abatimento

no vigor do som intocado sem alarde

foscos pingos caem para meu alento

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 03/03/2022
Código do texto: T7464606
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