Devolva-me a chance de viver

Cansei de tentar respirar no teu inferno

e de queimar a pele na tua emoção

Abjurada está de minha devoção

Sepultado está o que outrora fora eterno

De congelar-me naquele longo inverno

Humilhei-me em auto piedade e comoção

Vi sinais de outros mundos mas perdi a noção

Meu pobre destino parecia-me eviterno

Minha alma e meus pulmões inteiros extenuados

Forçaram-me a eclodir a minha revolta

Queimei teus santos antes por mim cultuados

Te despi da santidade que estava envolta

Restaurei à força meus sonhos apaziguados

Inalei ar fresco de minha vida de volta