Vestígios vestidos de versos

O que sobrou daquele amor sem fim?

A saudade no peito, conchas e cartas

uma vã e bem guardada ternura farta

nos silêncios dissolvidos sem um sim

Restos, sobras, sombras, cobras

um quieto, sombrio sobrado calmo

longe de mim, a mais de um palmo

em lenta decomposição das horas

Minha boca ferve à sua lembrança

em dura busca por ternos beijos

Não foge de mim uma esperança

Minha pele lembra o eterno enlace

Já corroído pelo desespero cruel

de jamais voltar a tocar a sua face

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 05/04/2022
Reeditado em 05/04/2022
Código do texto: T7488777
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