Negação

                             Mauro Pereira

O teu apego a regras, que o teu rosto estampa,

Bate com tanta força em mim, como um castigo.

Por querer solta,  a mágoa que teu peito estanca,

não permitindo que eu, possa sorrir contigo.

 

A sisudez do teu semblante é, às vezes, tanta

que a angústia espreme os lábios num esgar mendigo.

Tentando impedir que um dengo meu destranca

tremores e suspiros, de prazer, retidos. 

 

Vasculha, dentro em ti!  Talvez um impropério

possa apagar o fogo do desejo empírico,

e impeça, uma vez mais, que à razão se renda.

 

Esse dilema teu, entre o pecado e o sério,

negando ao corpo o viço, que já deu-lhe o espírito,

Só faz cobrir teu corpo, com um véu de renda.

 

                                           Brasília, 05/ 04 /2022.

MAURO PEREIRA
Enviado por MAURO PEREIRA em 11/04/2022
Reeditado em 10/07/2022
Código do texto: T7492969
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