Escolhe a tua morte

Acorde! Embora o seu fogo ainda dorme

Não ousa mais a atravessar qualquer fronteira

Nem lembra quando caiu tua chama primeira

Despe-se de si e veste mais um uniforme

Desperdiça o dia e a vida em agir biforme

Tua mente em teu corpo é uma forasteira

Rasgando-se em vão para manter-se inteira

Arrasta com peso e pesar teu ser disforme

Sentia-se plena e por isso era tão forte

Impávida mesmo ante as ferozes hienas

Agora contenta-se com azar ou sorte

Escuta o que digo, te imploro que se importe

Já não temos tanto tempo, entenda que apenas

sobreviver, é mais uma forma de morte

*inspirado em diálogos existencialistas com Paula "Duda" Eduarda