Soneto de Passagem

Passaste linda, dentro de um vestido,

pela calçada um dia, assim, à toa.

E como que atendendo ao meu pedido,

olhaste para trás, como quem voa.

Considerei-me, então, um mau partido,

pensei não merecer alma tão boa.

Mas tu, desrespeitando o meu sentido,

não enxergou em mim tão má pessoa.

E aconteceu, meio que de repente,

entraste em minha vida simplesmente;

findaste me amando, rainha e escrava.

E neste corpo forte (que padece),

comandaste, como quem obedece,

e obedeci, achando que ordenava.

Marcio Galvão
Enviado por Marcio Galvão em 20/04/2022
Código do texto: T7499433
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