Tardes Ermas

Ó tardes ermas que lembram-me os sinos

Badalando em nostálgicos pesares,

A melodia dos etéreos violinos,

Na palidez dos mórbidos luares.

São calmas, eu bem sei, como os destinos

De quem segues nas brumas a vagares,

Colhendo nos silêncios matutinos

O brilho que floresce dos olhares.

Tardes claras que o céu é um canteiro,

E as nuvens que eu vejo em ti são flores,

E o vento solitário jardineiro...

Entre as névoas frias que lhes viste,

Relembrando dos místicos palores

Que outrora lentamente aqui floriste.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 21/04/2022
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