O Vulto

Pelas sendas dos ventos olvidando,

Fostes em busca dos florões doirados,

Onde em silêncio segues desfolhando,

O lírio dos seus tempos já passados.

Pela noite uma alma relembrando,

Árias em caminhos enluarados,

Calada continuas caminhando,

Teus passos são lentos e magoados.

Me parece que sofreste de agrura,

E repouso anseia-lhe somente

Nas sendas frias d'uma sepultura.

Por mim passaste um vulto solitário,

Teu passado carregavas friamente

A dizer-me quão triste é teu fadário...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 03/05/2022
Código do texto: T7508594
Classificação de conteúdo: seguro