Me olhaste com o olhar casto...

Me olhaste com o olhar casto de alvuras,

Tens na alma os poentes que olhamos,

E as flores de sublimes formosuras,

Morrem calmas por onde caminhamos.

Há luares de sonhares e agruras,

E as mágoas que aqui nós enterramos,

Noites ermas são como sepulturas

Sem as pétalas da flor que esfolhamos.

Distante uma lembrança rumoreja,

E sobre os ermos prados lutulentos

Silente um céu nublado lacrimeja...

Ó sombra que velaste o nosso sono,

Enquanto a noite ia sobre os conventos

Cobrindo as folhas mortas no abandono.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 07/05/2022
Código do texto: T7511379
Classificação de conteúdo: seguro