DESDE MUITO

Desde muito sonhei este soneto meu,

Sonhei um sonho acordado como um Romeu.

O queria lírico, mas de pés no chão,

O queria lido por leitor de plantão.

O queria amado como se ama uma musa,

Desvendado como uma bailarina nua.

Desde muito o queria deste jeito torto,

E ele se fez, e por ele resto-me absorto.

Um soneto antes tão canto que cante o canto

Do prazer do fogo que libera a fumaça

Com forte cheiro do fogão de minha casa.

Um soneto que no décimo quarto verso

Apenas vai e senta-se ao banco da praça

Apreciando tudo, e achando graça.

Homenagem a Mario Quintana.

rub levy
Enviado por rub levy em 12/05/2022
Reeditado em 19/06/2022
Código do texto: T7514298
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