RATO OU BEIJA-FLOR
A beleza da rosa é uma arma
Igual as belas cores da serpente
Que atrai com seu encanto a inocente
Presa… E quem escapa de seu carma?
E uma e outra nunca se desarma,
Embora na candura aparentemente,
Esconda o golpe vil e que só sente
A presa, quando à dor forte se alarma.
Eu sei, rosa não é cobra, sim, não é,
E que nem rosa e cobra é a mulher,
Embora faça jus, fingindo amor...
Mas no ermo, sei, também, de um pobre homem,
Quando encantado, as forças todas somem,
De uma ao ser rato e da outra, beija-flor.