AMOR E DESESPERO
Nas noites em que bebo carradas de sua ausência
Berro seu nome pelos meus escombros em tremor
Como um clown, gargalho no pátio vazio da vida
Vago nas ruas, declamo versos que falam de dor
Partejo alucinações, expio-me em delírio,
Agonizo meu ser, contorço-me em estertor
Execro o sol e os amanheceres prematuros
Elevo minha alma ao céu, estrugida em torpor
Sou o cavaleiro templário dos sonhos perdidos
Perfilo meus desejos engalanados em devaneios
A esfinge do seu rosto carrego em meu andor
Depois, cansado, desmaio nos braços da lua
Consoladora vã dos loucos e dos sonhadores
Que, trágicos, se danam nas noites sem amor!!