PEQUENOS DELITOS (Do cotidiano amoroso)
Ele chegava toda noite tarde,
Dormia, sem ligar para a mulher,
Saía de manhã, após o café,
Sem até logo ou beijo de me aguarde.
Até que ela deixou de ser covarde,
Vestiu-se a caráter e foi até
O fim da noite, e o dia já em pé,
Dele ouviu, onde foi, em grande alarde.
Cadê, o gato comeu a tua língua?
Não, os meus lábios criaram até íngua
Dos beijos que secaram em tua boca,
Sob o telhado quente do motel,
Onde sempre tu vais, fiz o papel
Da gata em cio que o gato deixou louca.