A trouxa

Carrego as marcas e cargas da vida

Ranhura, alegria, medo e sonho

A insegurança, que em mim duvida

E toda certeza, que a mim proponho

Carrego feridas e chagas da lida

Minhas cicatrizes, sem receio exponho

Duro reerguer onde a alma revida

O viver prostrado, ao qual me oponho

Nessa existência, que é compelida

Ao colher dos frutos, em justa medida

Toda amargura, essa onde ponho?

Quanto à alegria que me é sentida

Até quando dura, se vem sucedida

De um "não saber" eterno e medonho?