Sobre a Felicidade alheia

Quando a felicidade se propaga,

Quando, nos outros, ela é percebida,

Enfurece, chateia, desagrada,

Quem tem só desprazeres nessa vida.

Toda aquela pessoa mal-amada,

Que tem uma existência entristecida,

A alegria alheia é uma paulada,

Em sua consciência aborrecida.

As brincadeiras, as exaltações,

Perturbam, escarnecem, são torturas,

Nos mais infortunados corações.

Quem vê, no riso alheio, desventuras,

É vítima das próprias frustrações,

No silêncio das suas amarguras.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 21/06/2022
Código do texto: T7542713
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