PR’UM DIA DE SOL

PR’UM DIA DE SOL

Guardo para um dia soalheiro

Este chapéu de palha; esta alegria.

Hoje, com ares grises de invernia,

A cidade coberta em nevoeiro.

Muito embora seja algo corriqueiro,

Eu atravesso em só melancolia

As ruas na esperança d’outro dia

No qual eu carecesse de sombreiro…

Estranho nunca dar-se por contente

Um espírito humano que, em verdade,

Busca-se subterfúgio à realidade.

Como em eterna fuga do presente,

D’um hoje cinzento outra vez evade

Para quando der sol -- e tão-somente.

Betim - 24 06 2022