ALMA BAILARINA

Minha alma em seu tule furta-cor,

Amante dos encantos do balé,

Executa o seu grande jeté,

Com graça, entusiasmo e fervor.

Sem o peso da mágoa ou do rancor,

Suspende-se, elevada pela fé

De que, embora seja como é,

O mundo é o teatro do amor.

Conhece bem o mi, o dó e o fá

Da vida, e mesmo assim, no cá pra lá,

Entrega aos sonhos tudo que há em si.

Da música não se ouve a harmonia,

Mas no palco de um peito em alegria

Minha alma está sempre a sorrir.