Lua branca
“Oh, lua branca, por quem és, tem dó de mim”!*
Perdido estou na noite, triste, sem guarida!
Oh, lua branca, traz alento à dor sem fim,
que faz minha alma definhar, sem luz, sem vida.
Oh, lua branca, a luz que desce, esmaecida,
cobrindo o lago em suave manto de cetim,
aumenta a dor aguda e tanto ressentida
da funda mágoa que me faz sofrer assim.
Serena Lua, inseparável companheira,
a ti suplico urgentemente uma maneira
de aniquilar o sofrimento que me mata.
Pois tu, somente, poderás, divina Lua,
com teu encanto, iluminando a estreita rua,
levar à minha amada um beijo, em serenata!
* Chiquinha Gonzaga