AMOR CAFONA

Sou como antigamente se dizia

Quadrado e cafona como quê,

Alguém que passa o tempo a escrever

Canções, cartas de amor e poesia.

Sou quem, a estar sozinho, assovia

A música no ar que faz doer

O peito, pois difícil é esquecer

O beijo dado ouvindo a melodia.

Meu amor entre o brega e o erudito

É algo que em mim está escrito

Como opereta em baixos de sanfona.

Que importa se de tosco alguém me chame,

Se tal ao amor, sou brega, e dou vexame,

Amando do meu jeito bem cafona.