A persistência da memória - 1931 - Salvador Dalí
ELE E O TEMPO
(NA SOLIDÃO DO AMOR)
Na solidão, o tempo expõe seus medos
E dores, no devir do insulamento;
Nas dobras da memória, o pensamento
Resguarda no ostracismo os seus segredos.
Agora, com os sonhos todos quedos,
Cansado, só lhe resta o sofrimento
E a mágoa a desvendar-se em julgamento,
A peça principal de vis brinquedos.
O tempo, na engrenagem dos ponteiros,
Congela os erros crassos, traiçoeiros,
E marca as suas chagas na memória...
Porém, dos infortúnios nevoeiros,
Resta a lição moral dos bons ordeiros:
_ "No recomeço", a chance de outra história!
(TRILHA - FÓRUM DO SONETO)