RATOEIRA

Aquele olhar foi queijo pro ratinho

Faminto que não viu a ratoeira

Da boca e a guilhotina caiu certeira

Sobre o coração do pobrezinho.

De nada adiantou a choradeira,

Pois quem pôs a arapuca no caminho

Não se importou com ele um pouquinho,

Queria era livrar-se da sujeira.

Mas, se quebrando a mola, o rato, então,

Curada a forte dor do coração,

Resolveu não esperar a cova rasa.

O queijo do olhar criou bolor

E nem era o Camembert ou o Roquefort

Que o ratinho encontrou em outra casa.