De erro em erro, vai-se descobrindo toda a verdade.
Freud
O Id cego
O meu primeiro erro, ainda ecoa
No fundo de min'alma, incontrito.
Um erro que levou-me ao infinito,
E construiu em mim outra pessoa.
Errei ao desdizer o que foi dito
Por Freud, no seu livro, sobre sonho.
Um verso, que até hoje, eu suponho,
Jamais eu deveria ter escrito:
Um verso, uma metáfora vazia
Que veio num soneto, à revelia,
Em que o Ego, o Id, o Superego...
brigam por um espaço em minha pena.
E eu, ao descrever tão triste cena,
insinuei que o Id fosse cego.