Do ocaso e da saudade

 

Plange o ângelus. Longe. Ave-maria...

O âmbar do sol some no horizonte.

Fria, a noite vem. Já não vejo o monte.

Dobra o sino. Soluça a maresia...

 

Um poema tortura-me. Cicia

laivos de uma saudade. Ah! Não me afronte.

Não me afogue nas aguas dessa fonte.

Decerto eu, antes dos versos, morreria.

 

Eu o poeta medíocre. Não te importas

co’ o ocaso, ânsias pelas madrugadas?

E tu insônia... Por que tu me suportas?

 

Vede quantas lembranças rabiscadas...

Ah! Logo chegarão as horas mais mortas.

Rimas no papel, pobres e amassadas...

 

 


 Imagem: clicada por meu irmãos Afrânio Machado a algum tempo. O personagem da imagem é o Colega, nosso cão lá da roça. Meu irmão captou ele observando o por do sol. Uma imagem perfeita e reflexiva. Dizem que animais não pensam, mas eu tenho lá minhas dúvidas. Esse cão especial já morreu assassinado. Um homem maldoso o matou numa briga de cães na estrada. Meu irmão assistiu o tal dar uma correntada nele. Depois foi embora sem uma palavra diante de meu irmão que ficou calado.  Comprar briga seria pior. Só os dois na estrada. Esse homem maldoso podia até matá-lo.  Enfim...


 

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