Rosa murcha

Quando o espinho chora pela rosa,

o colibri há muito foi-se embora.

E de tão triste a natureza chora,

desesperadamente pesarosa.

 

O sol, riso amarelo, perde a hora.

A lua cheia míngua de repente.

A poesia mostra a dor que sente,

enquanto o verso diz que não demora.

 

Quando a rosa desdenha do espinho

o colibri refaz o seu caminho

e vai , de flor em flor, fazer ciúme

 

pra rosa que um dia fora sua,

e que minguou mais cedo que a lua,

e hoje não tem cor e nem perfume.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/08/2022
Código do texto: T7589149
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