Rosa murcha
Quando o espinho chora pela rosa,
o colibri há muito foi-se embora.
E de tão triste a natureza chora,
desesperadamente pesarosa.
O sol, riso amarelo, perde a hora.
A lua cheia míngua de repente.
A poesia mostra a dor que sente,
enquanto o verso diz que não demora.
Quando a rosa desdenha do espinho
o colibri refaz o seu caminho
e vai , de flor em flor, fazer ciúme
pra rosa que um dia fora sua,
e que minguou mais cedo que a lua,
e hoje não tem cor e nem perfume.