Dos ermos surges, pálida, seguindo...

Dos ermos surges, pálida, seguindo,

Nos místicos silêncios nevoados,

Os lúgubres olhares desolados,

Que olham-te co'as mágoas lhe ferindo.

São vozes de poentes sepultados,

Na lápide de outrora ressurgindo...

As pétalas frementes encobrindo

Ao cântico dos ventos magoados.

Silentes como brumas passageiras,

Que andam na luz dos astros como freiras,

As horas enubladas em que sofres...

Tu sente-lhes ferindo-te o peito,

Num canto solitário do teu leito,

Velando-te à noite enquanto dormes.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 29/08/2022
Reeditado em 18/10/2022
Código do texto: T7594057
Classificação de conteúdo: seguro