O Pântano

Por sob as águas turvas desse lago

Há milhões de segredos escondidos.

Os sons, que nunca chegam aos ouvidos,

São as vozes tardíloquoas do gago.

 

O Pântano emite os seus gemidos,

Como quem chora um pranto ou um Fado;

Ou quem pede perdão, dum só pecado,

Por mais de mil pecados cometidos.

 

Mas há na superfície d'água turva,

No ponto onde o mistério faz a curva,

Um burbulhar de gases pantanais.

 

Os gases que evaporam noite e dia,

Que a natureza há muito já sabia,

E o mundo, a cada dia, sabe mais.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 02/09/2022
Reeditado em 03/09/2022
Código do texto: T7596945
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