Embriaga-te sem cessar! Com vinho, com poesia e com virtude. Charles Baudelaire
Noite fria
Bateu-me à porta o frio e trouxe vinho!
Um Malbec argentino envelhecido
Sob a sombra das asas do cupido,
No carvalho em que a uva fez o ninho.
Ajustei o botão do colarinho...
Rodei o cachecol sobre pescoço...
Rabisquei, no papel, algum esboço
Dos versinhos banais que escrevinho.
De versinho em versinho, a poesia
Quis saber, prontamente, o que eu bebia,
E ajeitou-se, sóbria, ao meu lado.
Pouco tempo depois, embriagada,
Ao degustar a última rodada,
Dormiu com um poeta apaixonado.