O só e sua sombra
E era um morto-vivo, um vegetal!
Um pobre faz-de-conta da história,
que cedo deu a mão à palmatória
e fez co'a morte um pacto conjugal.
Um peso, uma sombra cerebral!
Não via, não falava... só sentia
o frio na garganta, que descia,
como se fosse a laje funeral.
Aos vinte e cinco anos dessa vida,
nem mesmo anunciou a despedida,
fechou os olhos, cego... e, calmamente...
morreu sem nem ao menos ter vivido,
deixando de herança o gemido
da dor, que cultivou desde semente.