Clichês surrados
Ao morrer de amor, o coração
Ao invés de parar, bate outra vez!
E bate com tamanha rapidez,
E bate com tamanha precisão,
E bate a procurar tantos porquês,
E bate a meditar tantos senões,
E bate atrás de outros corações:
Do meu, do seu, do nosso, o de vocês...
Ah! como é bom morrer sem sentir dor,
A velha e triste rima do amor,
Que o poeta joga em qualquer canto.
Em que pese o clichê já tão surrado,
Nas curvas do presente e do passado,
O amor, quando doi, afoga o pranto.