Circular

Para Edgar Allan Poe

Da última hora ao esconder da sombra

Em certa noite luzes bruxuleantes

No cair da madrugada fria de antes

Ao pé da cova rasa que me assombra.

Na doutrina antiga daquela morta,

Um servo da moça desleal e triste

Da alcova do defunto que resiste

Uma lembrança seva que não importa.

Cada brasa refletia o voraz desespero

A última agonia que jazia na sepultura

Na infeliz vida a morte e o tempero.

Na esmagadora realidade da cultura

Das imortais saudades da criatura

Pela hora derradeira eu bem espero.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 18/09/2022
Reeditado em 28/01/2023
Código do texto: T7609080
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