Via-te nos olhares taciturnos...

Via-te nos olhares taciturnos,

Entre as névoas frias d'um outono,

Vagando pelos ermos céus noturnos,

Velando as cruzes em perpétuo sono.

Vão meus dias calados e soturnos,

Relembrando as cores d'um outono,

Diluídas em luares diurnos,

Quando a noite adormecia em seu trono.

Rumorejos de efêmeros destinos,

Que seguiam nas tardes empoeiradas,

Ouvindo dobres de vetustos sinos.

E cítaras do passado e meus ais,

E flores que vagam despedaçadas

Na solidão dos prados sepulcrais.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 20/09/2022
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