Soneto Abstrato

Quando a realidade me sufoca,

Eu procuro na loucura o meu alívio,

E na contradição desse convívio,

Uma melodia trágica me evoca.

E quando a morte já tem quase me vencido,

Uma leve inspiração vem e me toca,

Já não me importo se isso tudo me provoca,

Então me entrego, triste, nu, desfalecido.

Agora a morte já me abraça calmamente,

E nos seus braços cantarei alegremente,

E de ternura ficarei entorpecido.

A realidade se extingue lentamente,

E o meu corpo presencia novamente,

Este prazer que jamais tinha sentido.

Thiago de Sousa Ferreira
Enviado por Thiago de Sousa Ferreira em 02/12/2007
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