Um verso de amor na poesia
Um verso de amor é o bastante
Para fazer jorrar a poesia:
O verso que outrora eu trazia,
Num livro empoeirado na estante.
O versinho loquaz e instigante,
Esquecido nas brenhas dum soneto,
À sombra dum entalhe Gepetto,
Que seria Pinóquio mais adiante.
Um verso que mentiu, e ainda mente,
A mentirinha tola e inocente,
Que faz meu coração acreditar
Que as juras de amor, que eu fazia,
Quem sabe, no futuro, um belo dia,
Pusesse uma verdade em seu lugar.