Não me envolve o poente em alvuras...

Não me envolve o poente em alvuras,

E meu peito repleto de agonias...

Se tornaste um solau de amarguras,

Um canteiro de melancolias.

Reflito sobre a morte na clausura,

Uma lís que pendeste em terra fria...

É a vida, alva como a sepultura,

Que por dentro é soturna e vazia.

O que resta senão desses gorjeios,

A saudade no ocaso ressurgindo

Num caminho de lembranças e anseios...

Vibrem os sinos do alto campanário,

Enquanto a lua branca vai seguindo

Na vereda eternal do seu fadário.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 08/10/2022
Reeditado em 26/02/2023
Código do texto: T7623157
Classificação de conteúdo: seguro