Triste sina
Lá se vaia a menina, barriga vazia,
a carregar no colo, um sonho de amor.
Alguém, que a cobiça, gerou sua cria,
suas pernas roliças perderam o pudor.
Lá se vem a menina com dois corações.
Já não tem mais infância, cumpriu sua sina.
Os seus sonhos desfeitos são mil ilusões:
são riachos vazios não enchem a tina!
Lá se vai a menina, já não tão menina,
com os seus pés descalços fugir do sertão:
e a imagem da fome no céu da retina!
Vestiu-se de mulher pra amassar o pão!
Ora se exibe nua, por trás da cortina,
para ser possuída por qualquer João.